quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Formando Casais de Acará Disco


Formando Casais de Acará Disco

Formar casais

A reprodução de Discus pressupõe que existam um macho e uma fêmea de forma a poderem acasalar. Mas e de que forma se podem formar casais? Existem duas ou três maneiras de formar casais.

- Podem juntar-se num aquário vários Discus adultos ou, se jovens, terá de se esperar que atinjam a maturidade necessária à reprodução. Neste caso, os Discus acabam por escolher naturalmente o seu par.
- Outra forma é ter acesso a um casal já formado, casal este que pode ser oferecido ou comprado. Atenção que o preço de um casal pode chegar às largas dezenas de contos e nem sempre está garantido que ele se reproduza com sucesso.
- Pode ainda e caso já se tenha muita experiência na percepção do sexo, comprar com fortes certeza um macho ou uma fêmea e juntar a outro macho ou fêmea de forma a formar um casal. De notar que é difícil perceber o sexo nesta espécie a não ser que tenha muita experiência e mesmo assim às vezes pode-se estar enganado.

Comportamentos de Acasalamento

Existem determinados comportamentos que indiciam estarmos perante um casal. Alguns desses comportamentos são:

- Agressividade perante os outros companheiros de aquário.
- Evetual perda de apetite.
- Demarcação territorial impedindo que outros se aproximem de um certo local escolhido no aquário, que pode ser por exemplo um canto do aquário onde os peixes irão proceder à limpeza e posterior desova.
- Dependendo de peixe para peixe, pode ocorrer um escurecimento da face e da cauda do peixe.
- O casal entrega-se a uma espécie de dança nupcial. Abanam o corpo e cauda, nadando rapidamente e cruzando-se no aquário.
- É escolhido um local de desova, que pode ser um cone de desova próprio para Discus, uma folha larga de planta, um tubo do filtro ou outro qualquer objecto que sirva esse fim. O casal inicia assim a limpeza desse local fazendo os possíveis por afastar os companheiros desse território.

Características da água no aquário reprodução

Identificados alguns dos comportamentos descritos acima, é muito provável que se estejamos perante um casal de Discus. Caso os peixes se encontrem num aquário comunitário junto com outros, é aconselhado mudar os peixes para um aquário especialmente preparado para reprodução.
A água pode ser tratada com turfa a fim de amaciar a água e libertar substâncias que os Discus muito apreciam e que servem de certa forma como um estimulo nesta fase.
Eis algumas características importantes destes aquários:

- pH entre 6.8 e 7
- Temperatura entre 27 a 29 graus.
- Água macia com valores de dureza entre 0 e 4.
- Baixa condutividade. Aproximadamente 100ms.
- Espaço suficiente para os peixes nadarem à vontade e onde possam desovar sem problemas de espaço. Este aquário deve ter como medidas 60 a 80 centímetros de comprimento por 50 centímetros de largura e 50 centímetros de altura. É possível reproduzir com sucesso em aquários com medidas diferentes mas estas parecem-me ser indicadas.
- Evitar esponjas e silicone de cor negra, apesar de nem sempre estas cores escuras constituírem problema. É apenas um pormenor que deve ser tido em conta. Os vidros laterais e traseiro podem ser forrados de uma cor azul clara ou ficarem mesmo sem qualquer forro.
- Evitar a todo o custo movimentos bruscos e luzes fortes para não assustar o casal. O aquário deve ser colocado num local calmo e arejado, resguardado de luzes fortes e barulhos. Um ambiente calmo no processo de reprodução é deveras importante. A iluminação pode ficar a cargo de uma luz suave.
- Relativamente à alimentação, esta deve ser cuidada tanto no que respeita à qualidade como à quantidade. Pouca comida mas boa, pois é importante manter a água o mais limpa possível.

A desova

Depois do local escolhido estar limpo, a fêmea começa por uma primeira postura de ovos que ficam colados em forma de rede ou linha. Estas posturas repetem-se e normalmente contam com 10 a 20 ovos colocados. O macho segue os movimentos da fêmea enquanto trata de fertilizar os ovos com o seu esperma. Aqui é essencial uma fraca movimentação da água para que o esperma fertilize os ovos com sucesso. Atenção à corrente provocada por filtros que podem sugar o esperma, não permitindo assim que este chegue aos ovos.
O total de ovos postos pode variar entre os 100, 150 até aos 400 ovos aproximadamente. Esse número vai depender muito do tamanho e da saúde do casal.

Alguma informação sobre os ovos

Depois da desova, é importante que os pais se mostrem cuidadosos. Muitas vezes arejam o local da postura e bombeiam água limpa sobre os ovos. Isto evita que se deposite detritos entre os ovos e previne o ataque de fungos, o seu inimigo número um.
Os ovos atacados por fungos tornam-se brancos opacos e normalmente são retirados pelo casal. Uma forma de prevenir o ataque de fungos, passa por adicionar-se à água pequenas doses de metileno azul. Esta medida deve ser tomada apenas 30 a 60 minutos após terminar a desova. Este método de prevenção não é essencial mas pode ajudar muito a evitar o aparecimento de fungos e a consequente destruição dos ovos.
São precisas 50 a 70 horas para os ovos começarem a eclodir e outros 3 a 4 dias aproximadamente para que os recém nascidos nadem livremente pelo aquário.
Ainda neste tópico sobre ovos, é importante falar de protecção dos ovos. É possível, caso os pais comam os ovos, o que não acontece poucas vezes, proteger os ovos com uma rede. Isto deve ser feito uma hora depois de terminada a postura. Normalmente, mesmo com a rede, os pais continuam a conseguir tomar conta dos ovos. Uma desvantagem deste método, é que o ataque por fungos pode ocorrer com mais severidade.
Outra forma é fazer eclodir os ovos artificialmente o que implica retirar os ovos para outro aquário mais pequeno. Sobre este assunto não me vou alargar muito mais e aconselho a consulta de um bom livro para mais pormenores sobre o assunto. Ver livros na secção de livros.

Alimentação dos alevins e mudança de aquário

Nos primeiros 3 a 4 dias, os recém nascidos alimentar-se-ão exclusivamente do muco libertado pelos pais. A partir do 4 ou 5 dia pode introduzir-se artémia recém eclodida. Aos pouco, os peixes vão-se habituando à nova comida apesar de continuarem a alimentar-se do muco. À medida que o tempo vai passando, esta forma de alimentação causa um desgaste enorme aos pais e os jovens devem ser retirados para outro aquário.
A mudança dos jovens deve ocorrer por volta da segunda semana após terem nascido. Este aquário, que não precisa ser muito grande, pode encher-se com 50% a 70% de água retirada do aquário dos pais e o restante com água nova. A partir dai vai-se renovando a água por água sempre nova.
A partir das 2 ou 3 semanas poderão ser oferecidos novos tipos de comida. A mistura de coração é um excelente opção. Deve ser cortada muito fina, descongelada e lavada nos primeiros tempos antes de alimentar. Ver receita da mistura de coração na secção da alimentação.
Para maximizar o crescimento dos jovens Discus deve alimentar-se várias vezes ao dia e em pequenas quantidades. Tão importante como a boa comida são as mudanças de água. 50% por dia garantem um crescimento rápido e saudável.

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